terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Fruto da Traição
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Terça-feira
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Sinfonia
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Ser
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domingo, 26 de setembro de 2010
Quarta-feira
Graças a Deus o tempo corre. Porque se pudesse pará-lo, nada faria.
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Patricio, o bode.
Era uma vez, um bode muito muito idoso chamado Patricio. Ele gostava de comer amoras ao entardecer, mas só as mais azedinhas, porque as doces lembravam-lhe de seus amores. Ah, seus amores! Ele não gostava de se lembrar, ficava cabisbaixo. Sempre que ousava lembrar dos bons momentos, os ruins domavam-lhe o coração e a memória. Então, ele ia para as amoreiras comer amoras azedas com a esperança de que houvesse algo mais amargo que suas dores. Quando sentia sua saliva repuxar sua boca pelo azedo da fruta, seu coração se acalmava.
Mas, em um belo entardecer, ao acaso Patricio olhou para as amoreiras e viu que as amoras haviam acabado. Um desespero repentino tomou seu coração e ele se deu conta de que, não apenas seus amores haviam o deixado, mas as amoras também. Ele queria se lembrar, mas a memória abandonara sua cabeça inóspita de pensamentos.
Observando atentamente as amoreiras, viu que haviam sobrado apenas amoras doces. Aproximou-se lentamente da pequena amoreira e observou seus adocicados frutos. Passou pela sua mente em provar um deles, mas depois de tanto tempo apenas saboreando amoras azedas?
Angustiado, ergueu seu nariz e inspirou aquele delicado aroma. Nunca havia parado para apreciar a beleza de seu olfato. Estava tão extasiado de fome que, quando se deparou novamento com a realidade, lá estava seu paladar a devorar o novíssimo sabor. Paralisado diante de seu inesperado reflexo, ele sentiu, não apenas em sua boca, mas percorrendo seu corpo, algo novo que estranhamente lhe parecia familiar. Se lembrou dos bons amores. Aqueles que com bondade e alegrias já haviam participado de sua vida e se lembrou de como eram suculentamente açucarados.
Um sorriso nasceu em seu rosto, talvez um sorriso que poucos seriam capazes de ver. Ele podia sentir novamente, não apenas lamentar, podia sentir. As amoreiras, já acostumadas com a angustia, misantropia e melancolia de Patricio, o bode, se emocionaram e choraram. Suas lágrimas hidrataram suas raízes e, naqele pomar de amoras azedas, nasceram apenas amoras docinhas daquele dia em diante. Nos dias seguintes, Patricio visitou a amoreira com um enorme sorriso estampado no rosto. Já não pensava nos maus amores. Já não pensava nos bons amores. Pensava, agora, nas amoras, seus novos amores. As amoras, juntamente com Patricio, se renovaram e soltavam estridentes gargalhadas ao ver aquele desengonçado bode chegar aos entardeceres. E foram muitos entardeceres, até que o último Sol de Patricio nasceu no céu.
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Caráter
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